O Seturn alega no pedido que não possui recursos em caixa para efetuar o pagamento do 13º salário dos funcionários. Soma-se a isso os aumentos sucessivos no óleo diesel, energia elétrica e mão de obra. Estes últimos insumos também foram as tônicas do último pedido de reajuste, cedido em julho deste ano, em que a passagem passou de R$2,35 para atuais R$2,65. Na ocasião, a STTU solicitou que, em contrapartida, as empresas deveriam cumprir algumas exigências: acréscimo de mais um ônibus no Circular da UFRN, retorno do Campus Universitário ao itinerário da linha 48, criação da linha 64A (que foi unificada com a linha 43 em setembro) e a inclusão de 30 ônibus novos à frota do sistema.
Em relação à última exigência, que não se cumpriu até o momento, Trindade explica que as empresas pediram ampliação do prazo para a chegada dos veículos. "As empresas já apresentaram as notas fiscais da compra e aguardam a conclusão de ajustes nas encarroçadoras. Até o dia 15 de dezembro as empresas deverão recebê-los", justificou. Devido a incerteza quanto à apreciação da solicitação, o secretário adjunto pondera que não há definição de eventuais contrapartidas em caso de aceno positivo às empresas. "É muito cedo para decidir isso", disse.
Subídios e incentivos
Em tempos de turbulência financeira às esferas municipais, estaduais e federais, a redução ou isenção da carga tributária às empresas está fora de cogitação. Para Clodoaldo, a maneira mais eficaz de evitar os sucessivos reajustes é o incentivo ao transporte coletivo, de modo que mais pessoas utilizem o serviço e gerem mais receitas ao sistema. Ele cita como exemplo a implantação das faixas semi-exclusivas nas avenidas Salgado Filho e Prudente de Morais. "Somente na Salgado Filho, tivemos um salto de 14km/h para 30km/h na velocidade média dos ônibus. Muitas pessoas ligam para a ouvidoria registrando a satisfação com a rapidez das viagens", destacou.
As próximas vias que deverão receber as faixas prioritárias, de acordo com a STTU, serão as avenidas Coronel Estevam (entre a Rodoviária e a Av. Rio Branco), Capitão Mor-Gouveia e Jerônimo Câmara (estas duas quando as obras do binário forem concluídas pela Semopi).
Mesmo com viagens mais ágeis, a qualidade dos ônibus é motivo de queixas dos usuários. Muitos deles são oriundos de outros estados, como Paraíba, Pernambuco e Rio de Janeiro, com até 10 anos de uso, conforme divulgado pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) do Transporte em março deste ano. Segundo Trindade, a indefinição sobre o processo licitatório, que visa regular o sistema de transporte de Natal, não traz segurança às operadoras. "É melhor que se retire um ônibus de dez anos das ruas e coloque outro com idade inferior até que essa situação se resolva", pontuou.
Apesar de reconhecer a situação, o secretário esclarece que os veículos não podem circular com placas dos estados de origem. "A STTU exige que esses ônibus sejam emplacados aqui em Natal", concluiu.
Fonte: Site Tribuna do Norte
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